Os corticoides são anti-inflamatórios muito potentes, que podem atenuar os sintomas de muitas doenças, inclusive de infecções dermatológicas, pois se originam na inflamação. Porém, essa inflamação é muitas vezes necessária e os efeitos colaterais dos corticoides podem ser devastadores, superando seus benefícios.
A curto prazo podem causar:
– fraqueza muscular
– alterações metabólicas
– redução da imunidade
– aumento do açúcar no sangue
– alterações de comportamento: agitação e irritabilidade
– apetite excessivo, retenção de líquido e ganho de peso
A longo prazo a lista é bem maior:
– catarata e glaucoma
– osteoporose e fraturas
– diabete, hipertensão e doenças cardíacas
– gastrites e úlceras
– piora na cicatrização e atrofia da pele (em caso de uso prolongado de cremes e pomadas)
– suscetibilidade a infecções graves devido à queda da imunidade
– insuficiência suprarrenal
– hepatopatias
Outro perigo é fornecer o medicamento por mais de 10 dias e parar repentinamente. Há risco de insuficiência suprarrenal e choque. A retirada após esse prazo deve ser gradual e orientada pelo médico veterinário responsável.
O uso por um período curto tende a ser inofensivo, mas já pode causar efeitos indesejados. Animais com infecções de pele ou ouvido recorrentes e uso de corticoides em vários ciclos curtos anuais (por via oral ou injetável) vão se somar e começam a ter o potencial lesivo de longos períodos de uso.
O uso de corticoides tópicos apresenta menor absorção pelo organismo e age diretamente no local da inflamação, com isso, os efeitos nocivos são minimizados. Mesmo assim, devem ser usados com cuidado e critério.
O objetivo deste post é alertar sobre o uso desnecessário, inadequado, errôneo e indiscriminado dos corticoides no tratamento das doenças dermatológicas em pets. Isso não quer dizer que seu animal não possa usar quando for prescrito por um médico veterinário, mas sempre vale a pena perguntar se o uso é mesmo necessário, quais as indicações no caso específico e usar pelo menor tempo possível.